GROSSOS/RN
A terra de Grossos foi uma das primeiras áreas da Região Oeste a ter presença do homem branco. Sua área localizada à margem esquerda do Rio Mossoró, já figurava em mapas do século XVI e XVII. O sargento-mor Antonio de Souza Machado, um dos pioneiros da região, estabeleceu-se na localidade nos idos de 1760 e implantou fazendas de criação de gado, em sociedade com seu cunhado, José Alves de Oliveira. A parceria entre Antônio de Souza e José Alves fez surgir às chamadas “Oficinas de Carnes”, onde foi produzida a primeira carne de charque da região e comercializada para o sul do país.
O território de Grossos foi intensamente disputado, em demorado conflito judicial, pelos estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Sua área era reivindicada pelo Ceará que transformou em vila ,desmembrando-se do município de Aracati.Começava ai uma grande batalha judicial, com o Rio Grande do Norte decidindo lutar pela localidade. No dia 17 de Julho de 1920, depois de três acórdãos do Supremo Tribunal Federal, finalmente o RN venceu a questão e assumiu definitivamente seus direitos sobre o território de Grossos. Exatos 33 anos depois da localidade passar a pertencer legalmente ao Rio Grande do Norte, no dia 11 de Dezembro de 1953, através da lei 1.025, Grossos, juntamente com o distrito de Tibau se desmembraram de Areia Branca,tornando-se município .
Grossos está localizada na região Oeste do Estado na porção salineira, a 324 km de Natal, ocupando uma área territorial de 139 km2, onde residem 9.886 habitantes segundo o IBGE.As praias quase inexploradas ainda são sua principal atração:Pernambuquinho, Gado Bravo e Areias Alvas são verdadeiros cartões-postais.
O artesanato trabalha com arte de desenhos dentro de garrafas, a partir de areias coloridas. As atividades econômicas mais importantes além do Turismo, são a pesca, o cultivo do coco e a extração de Sal e Petróleo são as principais fontes de renda do lugar.
O MOINHO HOLANDES
O moinho Holandês chegou aqui no Brasil por volta do século XVII, com o ciclo da cana de açúcar, trazidos pelos holandeses nas suas grandes caravelas, estes foram os principais responsáveis pelas instalações das empresas açucareiras da colônia, daí o nome Moinho Holandês. Com a ajuda deste país, durante o século XVII, o Brasil tornou-se um dos maiores produtores, se não o maior produtor de açúcar do mundo. Os holandeses chegaram por aqui mais precisamente em 1633, aqui ainda não era Rio grande do Norte, mas sim, fazia parte da Capitania do Rio Grande, esta era composta pelas regiões que hoje conhecemos como Rio Grande do Norte, Ceará e Paraiba.
Esses moinhos financiados pelos holandeses eram utilizados na prensagem da cana-de-açúcar para a obtenção do açúcar que era vendido na Europa pelos próprios holandeses, não é demais lembrar que em 1642 os holandeses também foram responsáveis pelos massacres conhecidos como Cunhaú e Uruaçu, que dizimaram quase todos esses índios da região.
Em 1654 os holandeses foram expulsos do Brasil, onde foram cultivar açúcar nas Antilhas (América Central), onde na ocasião produziram um açúcar melhor, com isso, no Brasil chegava-se o fim do ciclo do açúcar, com isso, os moinhos que ficaram por aqui, deixados pelos holandeses, foram ficando sem utilidades e posteriormente danificados ou destruídos com o tempo.
Nessa mesma época, com as missões de ocupações do território brasileiro pelos portugueses em parceria com os espanhóis – união Ibérica – aconteceu a descoberta do “diamante branco”, - o sal - pelo espanhol Gideon Morris, logo percebeu-se a necessidade de transportar água do mar para “baldes” para a cristalização e produção do sal.
Conta-se que um dos marujos do barco comandado por Gideon, teria dito “como pode, no meio de um lamaçal desse, surjo, escuro, imundo, cria-se um negócio desse, tão limpo, branco e brilhante”.
O sal era encontrado em grandes extensões nas proximidades do rio Apodi – Mossoró sem nenhuma forma de participação da ação do homem. Porém com a crescente utilização desse produto, logo percebeu-se a necessidade de se construir reservatórios onde pudessem armazenar água do mar, pois sem a intervenção do homem só se tinha sal uma vez por ano, ou seja, na estiagem.
Só em 1901, foi criada a primeira salina na, até então ainda, Ilha de Grossos, a salina Marisco, em seguida a Salina Maranhão, no mesmo ano a Piabinha e logo em seguida a Salina Caenga. Com o crescente comércio do sal, houve a necessidade de recursos “modernos” para um maior bombeamento de água do mar para os reservatórios cristalizadores, que nessa época eram chamados de “baldes”.
Foi aí que alguém lembrou dos moinhos holandeses, na Holanda havia muitos moinhos que tinham outras utilidades além de bombear água.
Esses moinhos foram comprados, desmontados e transportados por navios e trem até a salina Piabinha, onde em seguida era montado.
O principal moinho da Ilha de Grossos foi inaugurado na Salina Marisco aproximadamente em 1905, pela Companhia de Comercio, indústria e Navegação. Este moinho foi montado pelos carpinteiros; João Benedito, Joaquim Rodrigues, Francisco Borges e vários ajudantes.
Por fim, este moinho ficou em atividade até meados dos anos 50, quando foi substituído por motores a diesel.
Após sua substituição pelos motores, o moinho ficou sem utilidade, passando a ser apenas um monumento histórico para nossa cidade. Devido ao contato direto com as águas do mar e a inexistência de manutenção, o moinho foi se danificando, aonde chegou a perder quase toda sua exuberância, porém a partir de 2003 o Pode Executivo Municipal, juntamente com o Ministério do turismo, empreendeu um projeto de e trouxe de volta o majestoso Moinho Holandês. O moinho tem aproximadamente 15 metros de altura e 11 metros de diâmetro. Porém somente em 11 de dezembro de 2009, data também que Grossos completou 56 anos de Emancipação, foi feita oficialmente sua reinauguração.
Fonte: matematicadeaula.blogspot.com